História



Pedras de Fogo
Muita história pra contar!



      Ao tempo da instalação das primeiras sesmarias nordestinas, pelo sistema de Capitanias Hereditárias, a então Pedras de Fogo, ao tornar-se povoado, foi incorporada ao Município de Pilar - sede da Comarca local. Á época, o povoado já despertava interesse aos extrativistas do sistema colonial nascente, devido ao Pau-brasil - a mais nobre das espécies da Mata Atlântica da Província.

    Com o tempo, Pedras de Fogo foi desligada de Pilar pela Lei Estadual nº 10, de 06 de agosto de 1860, passando à categoria de Vila. A história de Pedras de Fogo, no entanto, teve um rumo turbulento, em razão de conflitos políticos e administrativos entre as classes representativas locais. Essas questões motivaram a extinção da Vila, em 1896, quando o mesmo foi incorporado ao Município de Cruz do Espírito Santo. Dois anos depois, ocorreu um processo inverso, passando Espírito Santo a pertencer a Pedras de Fogo, pela Lei Estadual nº 125.  



     A Emancipação Política do Município de Pedras de Fogo ocorreu no dia 05 de maio de 1954. Desde então, Pedras de Fogo tem sido ponto de destaque na historiografia paraibana e tem relação contígua com o igualmente valente e bravo estado de Pernambuco, através da cidade de Itambé. Pedra de Fogo e Itambé surgiram como um único aglomerado urbano e, mais tarde, se separaram por questões políticas.


    Pedras de Fogo foi primordialmente habitada por indígenas das nações Tabajara e Potiguara, tende este últimos se situado mais tarde ao norte do Município, ou seja, no local onde hoje está situada a Zona Urbana de Pedras de Fogo. Entre os personagens mais ilustres da história de Pedras de Fogo, destaca-se o Capitão André Vidal de Negreiros, oficial das tropas portuguesas que expulsaram os holandeses da da Província, durante o processo de colonização.



Pedras de Fogo
Terra de Dom Vital


Vital Maria Gonçalves de Oliveira, nasceu em 27 de novembro de 1844, no Engenho Aurora, Pedras de Fogo, Freguesia de Itambé, Pernambuco, divisa com a Paraíba. Filho do Capitão Antonio Gonçalves de Oliveira e D. Antônia Albina de Albuquerque, D. Vital iniciou seus estudos sob a direção do Padre Antonio Generoso Bandeira, na Escola Pública de Itambé. Em seguida, mudou-se para Recife, onde estudou no Colégio Benfica, que era dirigido por sacerdotes.

    Foi aluno destaque e logo conquistou a estima dos mestres e colegas. Entrou para o Seminário de Olinda e recebeu a tonsura (cerimônia religiosa em que o Bispo dá um corte no cabelo do ordenado ao conferir-lhe o primeiro grau do clericato) das mãos de D. João da Purificação, em 1861, merecendo a distinção de ir estudar Teologia no Seminário de Issy. em Paris, onde ficou até 1863, quando entrou para o Convento dos Capuchinhos, em Versailles.

    Em 1868, concluiu seus estudos sacerdotais e em Toulouse, na França. Retornado ao Brasil, ensinou Filosofia no Seminário Maior de São Paulo. Em 1871, D. Vital foi escolhido pelo Imperador D. Pedro II para ser o bispo de Olinda. em maio de 1872, com apenas 27 anos, D. Vital assumiu a sua Diocese, sendo recebido com solenidade e tomando posse de seu cargo na Igreja do Espírito Santo. Logo iniciou campanha contra a Maçonaria, o que originou a chamada Questão Religiosa. Nessa época, a Maçonaria era proibida pelo Papa aos católicos. Todavia no Brasil a Maçonaria atuava normalmente e era seguida pela maioria das personalidades do império e até havia prestado relevantes serviços no processo de independência do Brasil.

    D. Vital encontrou na Diocese muitos padres maçons e confrarias governadas por maçons, em sujas mãos estavam as chaves das Igrejas e até as do sacrário. O próprio Primeiro Ministro, da época, o Visconde de Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos) era Grão - Mestre da Maçonaria. Por ocasião das comemorações da Lei do Ventre Livre, a Maçonaria organizou, no dia 2 de março de 1872, uma festa que foi prestigiada por grande número de pessoas.

    Os Bispos D. Vital e D. Macedo foram presos e condenados a quatro anos de prisão e trabalhos forçados, a mando do Imperador, que ainda enviou um emissário a Roma, o Barão de Penedo, com a finalidade de conseguir do Papa Pio IX uma condenação para os bispos. Finalmente, através do Decreto 4.993, de 17 de setembro de 1875, foi decretada a anistia. Ao ser libertado da prisão, D. Vital viajou para Roma com a Finalidade de esclarecer sua posição perante o Papa, uma vez que o Barão de Penedo e o Barão de Araguaia tinham deturpado a verdade.

    D. Vital doente e exausto, solicitou sua exoneração do cargo, mas não foi atendido, nem por Pio IX e nem por seu sucessor Leão XIII. Dessa forma, em outubro de 1876, voltou à sua Diocese, onde foi recebido com manifestações de boas-vindas.

    Conquistou seu trabalho restaurador, concluindo a obra interrompida em decorrência das questões religiosas. Porém, seu estado de saúde agravou-se e ele teve de voltar à Europa, onde morreu no dia 4 de julho de 1878, com 33 anos de idade. D. Frei Vital é considerado mártir da fé e defensor dos direitos da Igreja Católica. Depois de três anos, os restos mortais de D. Vital foram transferidos para o Brasil e sepultados, solenemente na Basílica da Penha, no Recife.


Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Pedras de Fogo, por Alvará de 03-02-1735, subordinado ao município de Pilar.
Elevado à categoria de vila, com a denominação de Pedras de Fogo, pela lei provincial nº 10, de 06-08-1860, desmembrado de Pilar. Sede na antiga vila de Pedra de Fogo. Constituído do distrito sede. Instalado em 29-01-1861.
Pela lei estadual nº 40, de 07-03-1896, transferiu a sede da vila de Pedras de Fogo para a povoação de Cruz do Espírito Santo.


Pela lei estadual nº 125, de 07-11-1898, a vila volta a denominar-se Pedras de Fogo.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão administrativa referente ao ano de 1933.


Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído 3 distritos: Pedras de Fogo, Espírito Santo e Taquara.
Pelo decreto-lei estadual nº 1010, de 30-03-1938, o município aparece com a denominação de Espírito Santo e Pedras de Fogo é distrito do Espírito Santo.


No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, Pedras de Fogo, figura como distrito do Espírito Santo.
Pelo decreto-lei estadual nº 520, de 31-12-1943, o Espírito Santo passou a denominar-se Maguari.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, Pedras de Fogo, figura como distrito no município de Maguari ex-Espírito Santo.


Pela lei estadual nº 136, de 30-09-1948, o município de Maguari volta a denominar-se Espírito Santo.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito de Pedras de Fogo, figura no município de Cruz do Espírito Santo ex-Maguari.


Elevado à categoria de município, com a denominação de Pedras de Fogo, pela lei estadual nº 895, de 11-03-1953, desmembrado de Cruz do Espírito Santo. Sede no antigo distrito de Pedras de Fogo. Constituído de 2 distritos: Pedras de Fogo e Caaporã, ambos desmembrados de Cruz do Espírito Santo. Instalado em 01-05-1954.


Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 2 distritos: Pedras de Fogo e Caaporã. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela lei estadual nº 3130, de 27-12-1963, desmembra do município de Pedras de Fogo o distrito de Caaporã. Elevado à categoria de município.


Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.


Fonte: IBGE